segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sapatos - Um pouco de história:


Em 1914, Ferragamo já exportava calçados femininos feitos à mão para os Estados Unidos, onde ficou conhecido como o estilista dos calçados das estrelas do cinema. O inglês David Evins, durante os anos 40, continuou o trabalho de Ferragamo criando coleções para os mais famosos designers de Nova York (Bill Blass, Oscar de la Renta).

Ferragamo, André Perugia e Charles Jourdan competiam entre si para desenvolver o mais refinado e elegante salto, mas, no processo de produção não podiam utilizar materiais frágeis como madeira que poderia não suportar o peso de uma mulher. Muitos designers projetaram saltos em forma de pino de aço recobertos com material plástico, buscando solucionar os problemas de resistência dos saltos. Os italianos Del Co e Albanese criaram uma sandália para noite com duas minúsculas tiras e um salto baixo sob o arco do pé. Roger Vivier, que então trabalhava para Christian Dior, em Paris, aperfeiçoou este salto, dando-lhe a forma de uma vírgula e acabou por receber todo crédito pela invenção do salto stiletto, em 1955. Saiba mais sobre o salto stiletto.

Contudo, enquanto os franceses, de fato, não tinham competidores à altura no que diz respeito a moda de vestuário, os italianos, por sua vez, eram os mestres da produção em massa da moda calçadista. Graças aos contatos de Ferragamo em Hollywood, esses calçados italianos se tornaram muito populares entre as estrelas hollywoodianas nos anos 50 (Jane Mansfield tinha mais de 200 pares). O salto stiletto era, então, sinônimo de “sex appeal”. Enquanto isso, os médicos responsabilizavam os sapatos de salto alto por todos os tipos de problemas. E não só quanto à saúde da mulher. Muitos atribuíam o crescimento da delinqüência juvenil aos saltos altos.

Nos anos 60, teve início a transferência da moda de Paris para Londres e a moda das ruas ditava o que era para ser usado. Com o preço do couro em alta, os materiais sintéticos entraram em cena. Vivier, Herbert Levine e Miller foram os pioneiros na história da utilização de material plástico transparente.

No início dos anos 70 as plataformas retornaram por um breve período na história, especialmente aquelas botas extravagantes de cano alto. Muitas destas botas tinham designs psicodélicos. Era o estilo andrógino do “Glam Rock”. Foi o designer Terry de Havilland quem as popularizou e encontrou adeptos não apenas entre as mulheres, mas também entre gays e lésbicas.

Nos anos 80, mulheres executivas passaram a adotar o salto stiletto como um complemento aos seus vestuários para projetarem uma imagem de eficiência e de autoridade. Os saltos altos simbolizavam glamour e extravagância, além de um modo de expressar feminilidade nunca antes vista na história dos saltos altos.

Na última década do século XX, as plataformas reapareceram pelas mãos de Vivienne Westwood e Jean-Paul Gaultier. Nos anos 90, conceitos antigos foram reciclados. Assim como os estilistas de moda, os estilistas de calçados femininos passaram a ser estrelas do mundo fashion, com Manolo Blahnik sendo, então, o seu maior expoente. Como na década anterior, o nome de marca era a coisa mais importante. Ao lado, uma sandália de Blahnik. 

Atualmente, existe uma nova geração de designers. Requisitados por clientes e por estilistas de moda, os sapatos de salto alto de designers como Joan Halpern, Maud Frizon, Beth e Herbert Levine, Andrea Pfister, Jan Jansen, Patrick Cox e Christian Louboutin algum dia serão apreciados como autênticas obras de arte. A tecnologia tem acrescentado novas opções de materiais (microfibras, tecidos elásticos etc) o que otimiza o processo de produção, que parece indicar que os sapatos e sandálias de salto alto continuarão a fazer muito sucesso na história da moda.

Ao lado, uma sandália Louboutin com salto alto com solado em vermelho, marca inconfundível das obras de arte deste excepcional designer.


Bibliografia:

Linda O'Keeffe. Shoes: A Celebration of Pumps, Sandals, Slippers and More. Nova York: 1996. Workman Publishing.
Caroline Cox. Stiletto. Nova York: 2004. Harper Design International

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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sapatos - Um pouco de história:



Em 1914, Ferragamo já exportava calçados femininos feitos à mão para os Estados Unidos, onde ficou conhecido como o estilista dos calçados das estrelas do cinema. O inglês David Evins, durante os anos 40, continuou o trabalho de Ferragamo criando coleções para os mais famosos designers de Nova York (Bill Blass, Oscar de la Renta).

Ferragamo, André Perugia e Charles Jourdan competiam entre si para desenvolver o mais refinado e elegante salto, mas, no processo de produção não podiam utilizar materiais frágeis como madeira que poderia não suportar o peso de uma mulher. Muitos designers projetaram saltos em forma de pino de aço recobertos com material plástico, buscando solucionar os problemas de resistência dos saltos. Os italianos Del Co e Albanese criaram uma sandália para noite com duas minúsculas tiras e um salto baixo sob o arco do pé. Roger Vivier, que então trabalhava para Christian Dior, em Paris, aperfeiçoou este salto, dando-lhe a forma de uma vírgula e acabou por receber todo crédito pela invenção do salto stiletto, em 1955. Saiba mais sobre o salto stiletto.

Contudo, enquanto os franceses, de fato, não tinham competidores à altura no que diz respeito a moda de vestuário, os italianos, por sua vez, eram os mestres da produção em massa da moda calçadista. Graças aos contatos de Ferragamo em Hollywood, esses calçados italianos se tornaram muito populares entre as estrelas hollywoodianas nos anos 50 (Jane Mansfield tinha mais de 200 pares). O salto stiletto era, então, sinônimo de “sex appeal”. Enquanto isso, os médicos responsabilizavam os sapatos de salto alto por todos os tipos de problemas. E não só quanto à saúde da mulher. Muitos atribuíam o crescimento da delinqüência juvenil aos saltos altos.

Nos anos 60, teve início a transferência da moda de Paris para Londres e a moda das ruas ditava o que era para ser usado. Com o preço do couro em alta, os materiais sintéticos entraram em cena. Vivier, Herbert Levine e Miller foram os pioneiros na história da utilização de material plástico transparente.

No início dos anos 70 as plataformas retornaram por um breve período na história, especialmente aquelas botas extravagantes de cano alto. Muitas destas botas tinham designs psicodélicos. Era o estilo andrógino do “Glam Rock”. Foi o designer Terry de Havilland quem as popularizou e encontrou adeptos não apenas entre as mulheres, mas também entre gays e lésbicas.

Nos anos 80, mulheres executivas passaram a adotar o salto stiletto como um complemento aos seus vestuários para projetarem uma imagem de eficiência e de autoridade. Os saltos altos simbolizavam glamour e extravagância, além de um modo de expressar feminilidade nunca antes vista na história dos saltos altos.

Na última década do século XX, as plataformas reapareceram pelas mãos de Vivienne Westwood e Jean-Paul Gaultier. Nos anos 90, conceitos antigos foram reciclados. Assim como os estilistas de moda, os estilistas de calçados femininos passaram a ser estrelas do mundo fashion, com Manolo Blahnik sendo, então, o seu maior expoente. Como na década anterior, o nome de marca era a coisa mais importante. Ao lado, uma sandália de Blahnik. 

Atualmente, existe uma nova geração de designers. Requisitados por clientes e por estilistas de moda, os sapatos de salto alto de designers como Joan Halpern, Maud Frizon, Beth e Herbert Levine, Andrea Pfister, Jan Jansen, Patrick Cox e Christian Louboutin algum dia serão apreciados como autênticas obras de arte. A tecnologia tem acrescentado novas opções de materiais (microfibras, tecidos elásticos etc) o que otimiza o processo de produção, que parece indicar que os sapatos e sandálias de salto alto continuarão a fazer muito sucesso na história da moda.

Ao lado, uma sandália Louboutin com salto alto com solado em vermelho, marca inconfundível das obras de arte deste excepcional designer.


Bibliografia:

Linda O'Keeffe. Shoes: A Celebration of Pumps, Sandals, Slippers and More. Nova York: 1996. Workman Publishing.
Caroline Cox. Stiletto. Nova York: 2004. Harper Design International

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